A Polícia Judiciária acolhe, de 10 a 14 de maio, uma formação em matéria de Análise e Investigação Criminal, destinada aos investigadores da PJ e da PN. A formação de cinco dias, que está enquadrada nas atividades celebrativas do XXVIIIº aniversário da PJ, que se assinala esta quarta-feira, 12 de maio, acontece no quadro do projeto de reforço das capacidades de investigação criminal dos serviços de aplicação da lei em Cabo Verde (Segmento do CrimJust), e é financiada pelo Governo dos EUA e implementada pelo Escritório das Nações Unidas em Cabo Verde (ONUDC).
Durante a abertura do evento, que teve lugar na sala de conferências da PJ, na Praia, o Diretor Nacional da PJ, António Sousa, chamou a atenção para a necessidade de união de esforços entre as nações e entidades, através de cooperações nacionais e internacionais, para fazer face ao fenómeno criminal, cada vez mais crescente, complexo e sofisticado.
“Os crimes de tráficos de drogas, de armas e de pessoas, de corrupção, económicos e financeiros, de falsificações, cibernéticos, de lavagem de capitais, de terrorismos e seu financiamento, de homicídios de roubos praticados por desconhecidos, devido ao modus operandi, complexidade, níveis de sofisticação, rápida mutação e elevada danosidade social, impõem enormes desafios aos órgãos de polícia criminal, encarregues da sua prevenção, deteção e investigação”, disse.
Para enfrentar essa realidade criminal, assegura aquele responsável, os órgãos da polícia criminal têm que dispor, entre outros, de “recursos tecnológicos de pesquisa, recolha de provas e de apoio à investigação criminal”.
Isso porque, conforme o mesmo, os mecanismos tradicionais de prevenção, deteção e de investigação criminal têm-se mostrado “inadequados e pouco eficazes” para combater esses tipos de crimes, cujos autores, têm intensificando cada vez mais as suas atuações na Costa Ocidental Africana, mais precisamente, na região do Sahel, próxima do nosso país”.
Ainda de acordo com o Diretor Nacional da PJ, é importante que os órgãos da polícia criminal adotem estratégias pró-ativas e técnicas modernas de prevenção e de investigação criminal, de entre elas, unidades de inteligência e de análise de informação criminal que, afirma, “quando devidamente equipadas e com analistas capacitados e treinados, constituem meios indispensáveis e imprescindíveis para a prevenção e para a investigação Criminal”.
Por sua vez, a Coordenadora Nacional Sénior do ONUDC, Cristina Andrade, salientou, a importância dessa formação, que tem por objetivo “fornecer um conhecimento básico e uma compreensão dos elementos de informação criminal, e dotar as agências da aplicação da lei envolvidas na mesma, de conhecimentos e competências necessárias para empreender tarefas de análise de inteligência e depois estabelecer uma resposta pró-ativa ao crime”.
O processo de reunir informações e transformá-las em inteligências irá, conforme o representante da Embaixada dos EUA, na Praia, Adam Pearlman, “ajudar os investigadores a descobrirem quem um crime, porquê o fez e com quem poderá estará a trabalhar”.