“A Polícia Judiciária, dispõe de pontos fracos e fortes, e neste sentido, deve-se identificar e trabalhar os seus eixos estratégicos e as novas formas de parceria, fortalecer e definir os seus recursos humanos, materiais e financeiros, realçando ainda que é tempo de proceder a uma profunda reflexão interna, para que sejam traçadas novas metas e alcançar novos resultados a nível de prevenção deteção e investigação criminal”.
O Diretor Nacional da Polícia Judiciária, Dr. Ricardo Gonçalves em declarações esta quarta-feira, na abertura da Conferência subordinado ao tema, “29º Aniversário da Polícia Judiciária – Desafios e Ganhos”, enquadrado nas comemorações do 29º aniversário da Polícia Judiciária de Cabo Verde.
A cooperação policial e judiciária no combate à criminalidade trasnacional, avança ainda, é hoje um marco deciso com vista ao sucesso de qualquer órgão de polícia criminal e muito particularmente de uma policia de investigação criminal, como é o caso da Polícia Judiciária cabo-verdiana.
O evento realizado esta manhã na sala de conferencias da Caixa Económica de Cabo verde, na cidade da Praia, teve como base dois painéis, primeiramente sobre a “A cooperação Policial e Judiciária no combate à Criminalidade Organizada Transnacional – Uma perspetiva policial com breves passagens pelo papel dos Tribunais e Ministério Público” e um segundo abordando o tema, “Gestão da Cena Do Crime – do quadro preliminar à oficialização da investigação – Papel interventivo da PJ”.
No primeiro painel, que foi moderado pelo Dr. José Jorge Ramos, Inspetor Chefe – 2ª Brigada – Sessão Central de Investigação de Corrupção Criminal Economico e Financeiro (SCICCEF), e teve como primeiro orador, o Dr. António Maria Marins Claret – Procurador da República junto do Tribunal da Relação de Sotavento no papel de orador, fez uma breve nota sobre o percurso histórico da PJ de Cabo Verde, alem de fazer ainda uma alusão ao papel que os organismos de cooperação internacional têm com esta Polícia.
Também o orador fez uma incursão histórica sobre o intuito dos tratados enquanto formas de cooperação, abordando também as formas de cooperação.
O Dr. António Maria Marins Claret teve ainda a oportunidade de fazer uma ligação sobre as motivações do crime e a transnacionalidade do crime.
Para falar ainda sobre o tema do painel, mas focado no papel e forma de operação da INTERPOL, o segundo orador, o Dr. Ivalindo Oliveira, Inspetor da Polícia Judiciária afeto ao Gabinete de INTERPOL, explicou aos presentes a visão, missão, os setores de atuação alem de como funciona a base de dados desta instituição internacional.
Além deste ponto, abordou a importância do Centro de Análise e Operações Marítimas (MAOC).
Um segundo momento, foi dedicado ao tema, “Gestão da Cena Do Crime – do quadro preliminar à oficialização da investigação – Papel interventivo da PJ” que contou com a moderação do Dr. Joel Barros – Inspetor Chefe 1º Brigada do Sessão Central de Investigação de Corrupção Criminal Economico e Financeiro (SCICCEF);
Na qualidade de orador, o Dr. Agostinho Semedo – Inspetor, Presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação e Apoio à Investigação Criminal (ASFIC-PJ), abordou desde o quadro preliminar da cena do crime, a sua importância para apuração dos fatos para que haja uma investigação mais completa possível.
Agostinho Semedo realçou ainda que a importância da gestão da cena do crime é triunfal para a leitura e delineamento de hipóteses investigativos.
Este orador também fez saber da sua visão como Inspetor, que o foco deve ser na vítima para se chegar ao agressor.
Em jeito de sugestão, Agostinho Semedo apontou que existe uma necessidade da PJ obter um equipamento para restrição micro do crime, ou seja, uma tenda que permite que os especialistas trabalhem sem que haja contaminação de elementos exteriores, ou pessoas na cena do crime.
Em resposta a várias questões levantadas ao longo dos painéis, o público presente na conferência, teve ainda a oportunidade de questionar os oradores e criar um ambiente de debate.